Em uma edição acalorada do programa O Grande Debate, exibido nesta sexta-feira (02), os deputados federais Coronel Fernanda (PL-MT) e Ivan Valente (PSOL-SP) trocaram farpas ao discutir a renúncia de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência Social. A principal questão em pauta foi se a saída do ex-ministro seria suficiente para conter a crise que assola a pasta após a revelação de um gigantesco esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS.
A crise veio à tona com a descoberta de descontos indevidos e bilionários nas aposentadorias de milhares de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social, gerando uma onda de indignação e forte pressão política. Envolvido diretamente como responsável pela autarquia, Carlos Lupi acabou entregando o cargo após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tentando, com isso, minimizar os danos à imagem do governo.
Durante o debate televisivo, Coronel Fernanda destacou o escândalo como prova de má gestão e cobrou responsabilização mais ampla. Para ela, a troca de ministros não é suficiente: "Não adianta trocar a cabeça se o corpo continua comprometido. O rombo na Previdência não é só técnico, é também ético", afirmou. Já Ivan Valente defendeu o histórico de Lupi e ponderou que a substituição por alguém da própria equipe pode dar continuidade à necessária reestruturação interna. “Wolney Queiroz conhece a máquina e pode promover as mudanças que o sistema exige com mais agilidade”, argumentou.
Ex-deputado federal por Pernambuco, Wolney Queiroz, que agora assume oficialmente a chefia do ministério, era secretário-executivo da pasta e, portanto, o segundo na linha de comando. Sua ascensão representa, ao menos formalmente, uma continuidade administrativa. No entanto, a pressão por reformas concretas e por maior rigor na fiscalização deve se intensificar nos próximos meses, tanto dentro do Congresso quanto na sociedade civil.
A oposição promete seguir atenta ao desenrolar das investigações, enquanto o governo tenta controlar os danos institucionais e recuperar a confiança da população nos serviços previdenciários.
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