Embaixadora dos EUA na ONU defende a não interferência na escolha do Brasil por parcerias, em relação à reaproximação com a China.
Não vamos dizer ao Brasil com quem se associar: A reaproximação com a China e ¹os desafios da diplomacia americana.
Nos últimos anos, a política externa do Brasil tem sido marcada pela busca de uma maior autonomia e diversificação de parceiros comerciais e políticos. Uma das principais parcerias estabelecidas pelo governo brasileiro foi com a China, país com o qual o Brasil mantém um importante comércio bilateral. Essa aproximação, no entanto, tem gerado desconforto nos Estados Unidos, que veem com preocupação a influência chinesa na região.
Em meio a esse contexto, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, fará a primeira visita de uma autoridade americana de nível ministerial a Brasília após o mal-estar provocado pelas declarações do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na China. Na ocasião, Lula questionou a política americana em relação à Ucrânia e defendeu uma maior aproximação entre Brasil e China.
Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, Thomas-Greenfield afirmou que os Estados Unidos não vão interferir na escolha do Brasil em relação a seus parceiros comerciais e políticos. “Não vamos dizer ao Brasil com quem se associar para suas prioridades econômicas”, declarou a embaixadora.
No entanto, a reaproximação entre Brasil e China é vista com preocupação pelos Estados Unidos, que temem a influência chinesa na América Latina. Segundo o Departamento de Estado americano, a China tem investido pesadamente na região nos últimos anos, o que pode levar a uma maior dependência econômica e política dos países latino-americanos em relação ao gigante asiático.
Além disso, os Estados Unidos têm se posicionado de forma crítica em relação à política de direitos humanos da China, o que pode gerar um conflito de interesses na relação entre Brasil e Estados Unidos. Em setembro de 2022, por exemplo, a China foi alvo de críticas na Assembleia Geral da ONU por conta das acusações de abusos cometidos contra minorias étnicas e religiosas no país.
O desafio da diplomacia americana, portanto, é encontrar um equilíbrio entre a defesa de seus interesses geopolíticos na região e a manutenção de uma relação estável com o Brasil. A visita de Thomas-Greenfield pode ser vista como um sinal de que os Estados Unidos estão dispostos a dialogar com o governo brasileiro e a buscar uma maior cooperação em áreas de interesse comum, como a segurança e a economia.
No entanto, a reaproximação entre Brasil e China não é um fenômeno isolado na região. Outros países latino-americanos, como Chile e Argentina, também têm estreitado laços com o gigante asiático nos últimos anos.
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